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Pais de autistas denunciam falta de auxiliares de apoio e atendimentos especializados em Iperó: 'Precisamos do mínimo'

Pai afirma que Núcleo de Atendimento Multidisciplinar Educacional (Name) deixou de ofertar tratamentos especializados a crianças autistas há três meses e qu...

Pais de autistas denunciam falta de auxiliares de apoio e atendimentos especializados em Iperó: 'Precisamos do mínimo'
Pais de autistas denunciam falta de auxiliares de apoio e atendimentos especializados em Iperó: 'Precisamos do mínimo' (Foto: Reprodução)

Pai afirma que Núcleo de Atendimento Multidisciplinar Educacional (Name) deixou de ofertar tratamentos especializados a crianças autistas há três meses e que a rede municipal não está mais oferecendo auxiliares de apoio aos alunos. Pais de autistas denunciam falta de auxiliares de apoio e atendimentos especializados em Iperó Arquivo pessoal Um grupo formado por 34 famílias de alunos com Transtorno de Espectro Autista (TEA) da rede municipal de Iperó (SP) alega estar sofrendo com a falta de atendimentos especializados oferecidos pelo Núcleo de Atendimento Multidisciplinar Educacional (Name) há, no mínimo, três meses. Além disso, os pais relatam escassez de auxiliares de apoio para crianças em casos mais graves. 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp A prefeitura alega que os atendimentos estão atrasados devido à adaptação do prédio da unidade Centro e da reforma da unidade George Oetterer que, de acordo com a gestão municipal, esteve desativada por um curto período em setembro de 2024 por conta de fortes chuvas que atingiram a região (veja mais detalhes abaixo). Ao g1, Fábio Castilho, líder do grupo de pais, relata problemas desde que o atendimento mudou de endereço. Ali, as crianças diagnosticadas com o transtorno recebiam tratamentos como fonoaudiologia, psicologia e terapia ocupacional. "No ano passado, as terapias funcionavam em um polo cultural. Por ordem da Secretaria de Educação, eles retiraram de lá e foram para um endereço alugado pela prefeitura e, por conta disso, as terapias ficaram paradas, pois, segundo eles, o local não tinha condições de receber as crianças e precisava de melhorias. Mas, desde então, não voltou mais", conta. A cidade conta com duas unidades do Name, com a segunda localizada no bairro George Oetterer. Porém, segundo o pai, o centro de terapias da região está sem funcionamento por período indeterminado. "O Name daqui estava funcionando, mas precisava de reforços. A situação de George Oetterer é ainda pior. Existe [o local], mas não funciona. Na unidade do Centro, ficamos de julho até novembro sem as terapias e, quando voltaram, os atendimentos passaram a ser apenas de 20 em 20 dias. Em dezembro, parou novamente, pois eles seguem o calendário escolar, mas não voltaram até hoje. Se somarmos, são sete meses sem nada", explica. Auxiliares de apoio Além disso, os pais e responsáveis pelas crianças se queixam da falta de auxiliares de apoio para os alunos com um nível mais agravado do TEA. Segundo o homem, é necessária uma liminar aprovada na Justiça para obtê-los e, sem eles, as crianças não podem frequentar as aulas. "Sou pai de uma menina autista que possui um auxiliar para acompanhá-la, mas diversas outras famílias não têm. Atualmente, são cerca de 25 crianças nível 3 [de TEA] que precisam e não têm, o que acaba impedindo de ir à aula. Nós ficamos chateados com isso, nós precisamos do mínimo que o município deve oferecer. Dessas famílias, cada uma tem uma história triste para contar", pontua. Fábio alega que não é a primeira vez que tenta, acompanhado de outros integrantes do grupo, reivindicar os direitos das crianças autistas. O caso já foi levado à Câmara dos Vereadores, mas os responsáveis não obtiveram nenhum tipo de retorno. Cancelamento de verba gera incertezas em artistas selecionados para programa cultural em Jundiaí "Nós fomos à Câmara e eu cheguei a utilizar a tribuna na época. Foi tudo gravado e até disponibilizado nas redes sociais. Não fomos ouvidos de maneira alguma. Esse dia foi muito triste e constrangedor. Nós queremos apenas que as coisas funcionem e que o poder público seja interessado", lamenta. "Estamos planejando uma série de ações. É tudo muito complicado e injusto passar por essa situação. Fora que existem pais que estão precisando mais do que a minha família. Nós não estamos querendo o luxo, é o que o município pode e deve oferecer. Em uma das reuniões que fizeram, uma mãe está com um filho indo à escola e o outro não. Ele fica perguntando o motivo do irmão ficar em casa e é difícil responder. Não dá", finaliza. O que diz a prefeitura Em nota enviada ao g1, a Prefeitura de Iperó informou que os atendimentos estão atrasados devido à adaptação do prédio da unidade Centro e da reforma da unidade George Oetterer, que, de acordo com a gestão, esteve desativada por um curto período em setembro de 2024 por conta de fortes chuvas que atingiram a região. Segundo a pasta, a equipe multidisciplinar continuou visitando as instituições de ensino para orientar e assessorar os funcionários com relação aos atendimentos voltados às crianças atípicas durante o período. Nos meses de setembro e dezembro de 2024, as terapias funcionaram normalmente. A prefeitura também ressaltou que os profissionais de apoio são designados aos alunos após uma análise multifuncional, que constate dificuldades em deambulação, higienização e alimentação. Em fevereiro, 18 candidatos foram convocados para preencher as funções, com início a partir de 17 de março. *Colaborou sob supervisão de Gabriela Almeida Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM ,